sexta-feira, 27 de março de 2009

Marilena Chaui

No meio do mês de março, dando aquela passada básica pelas bancas, eu e Cláudia encontramos uma revista que publicava nova entrevista com a filósofa Marilena Chaui. Chegando em casa, lembramos de um história ocorrida há uns três anos, por aí e que agora vou contar, por mais trágica que ela seja.

Nesta época eu estava na faculdade de história. Cheguei cedo para a aula que iniciava às 7:30 da manhã, mas não lembro de qual disciplina exatamente. Bom, o fato é que ao adentrar o CCSH, eu e Bruno, meu colega, nos deparamos com um aviso na porta do prédio avisando que Marilena Chaui estaria às 8 da manhã na sala dois mil e alguma coisa. Simplesmente inacreditável! As perguntas não paravam de surgir em nossas cabeças.

- Como que não nos avisam com antecedência?
- Por que colocaram ela numa sala de aula pequena?
- Bah, faltando meia hora para começar, a sala já deve estar cheia!

Essas eram algumas de nossas dúvidas e comentários. Não demorarmos muito e, afoitos, subimos as escadarias. No princípio do corredor olhamos para a sala e vimos que o movimento era mínimo. Na frente da sala não havia ninguém. E eu dizia:

- Mas como que ninguém vem prestigiar a Marilena nesta merda de universidade?!

Ok. A raiva era enorme mesmo. E por incrível que pareça, a desconfiança de que aquilo era uma furada nem passava por nossas mentes. Continuei dizendo:

- Marilena aqui no prédio! Inacreditável! Finalmente vou ter a oportunidade de conhecer ela de perto. Vamos lá na sala pra pegar um bom lugar!

Entrando vimos que havia uma pessoa mexendo num computador. E no fundo da sala estava um telão enorme. Eu pensei, cadê a mulher? Perguntei para a moça e ela nos disse que Marilena iria surgir somente às 8 horas, e que ali aconteceria uma tal de tele-conferência ao vivo com ela. Esta guria falava num tom de felicididade doentil e assustador. Mal sabia ela que naquele momento eu queria trucidá-la.

Ai, ai. A situação foi tão frustrante que não tivemos vontade de ficar pra ver a tal de conferência virtual. Voltamos para a aula meio descrentes nos avisos que apareciam na entrada do prédio. Foi uma pegadinha de primeira, mas que serviu de remédio para nossa falta de sensibilidade. Tanto que na semana seguinte estava lá: Francisco de Oliveira na sala tal. Pois é, aí eu já não caía mesmo. Tinha me vacinado agora. Queria mesmo era ver a Chaui. Esse foi o momento em que estive mais próximo da grande filósofa. Talvez por saber que dificilmente irei encontrar ela perdida em alguma sala de aula em Santa Maria, insconscientemente comprei a revista com a sua entrevista na banca. Coisas da vida.

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