quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Relembrando a máquina tricolor dos anos 90

Qual torcedor gremista com mais de 20 anos não lembra daquele grande time do Grêmio de meados da década de noventa? Nessa época dava prazer de ser gremista. Comemoramos duas Copas do Brasil (1994, 1997), uma Libertadores, (1995) três Campeonatos Gaúchos (1993, 1995 e 1996) e um Brasileirão (1996). Ainda fomos vice-campeões mundiais, perdendo para o grande Ajax nos pênaltis. O time da época eu lembro perfeitamente: Danrlei no gol, Arce na lateral direita, Adílson e Rivarola na zaga, Róger na esquerda. No meio tínhamos Dinho e Goiano como volantes e Arílson e Carlos Miguel na meia (com Émerson no banco, acreditem. Aquele mesmo que depois se tornou o grande jogador da Seleção Brasileira). No ataque, a eterna dupla Paulo Nunes e Jardel, que até hoje ecoa em nossas lembranças.

Pois no fim de 2009, esse time voltou a se reunir para comemorar a despedida do goleiro Danrlei do futebol. Com exceção de Arílson, todos estavam presentes. Acabei assistindo o jogo pela internet, e certamente revivi as boas lembranças daquele tempo, especialmente quando Paulo Nunes fez jogada pela esquerda e cruzou para Jardel fazer de cabeça. Jogada clássica!

Foi bonito e emocionante. Abaixo você poderá rever os gols e algumas imagens de bastidores deste histórico jogo.

E dá-lhe Grêmio!

Reveja os gols


Imagens de bastidores


Campeões de 1995 4 x 3 Amigos do Danrlei

12/12/2009
Local: Estádio Olímpico, Porto Alegre (RS)
Gols: Rodrigo Mendes (AD), Rodrigo Fabri (AD) e Zé Alcino (AD). Jardel (2 - 95), Assis (95) e Jaques (95).
Público: 32 mil.

CAMPEÕES DE 1995 (4)
Danrlei (Murilo); Arce (Assis), Rivarola (Mauro Galvão), Adilson (Scheidt) e Roger (Daniel); Dinho, Goiano (Jaques), Alexandre (André Vieira) e Carlos Miguel (Souza); Paulo Nunes (Douglas Costa) e Jardel (Nildo). Técnico: Valdir Espinosa

AMIGOS DO DANRLEI (3)
Mazaropi (Victor); Anderson Lima, Claudiomiro, Agnaldo (Alex Martins) e George Lucas (Rafael Gaúcho); Jamir, Aílton, Rodrigo Fabri e Mabília (Rodrigo Gral); Tarciso (Zé Alcino) e Rodrigo Mendes (Paulão). Técnico: Marcelo Rospide

Campeões de 95 vencem de virada na despedida de Danrlei

Jardel marcou dois gols na vitória por 4 a 3 da equipe do ex-goleiro

A torcida do Grêmio voltou 14 anos no tempo na tarde deste sábado. A despedida do goleiro Danrlei do futebol levou mais de 30 mil pessoas ao Estádio Olímpico para ver o jogo entre os amigos do jogador contra os campeões de 1995. Foi a chance de relembrar os toques de mestre de Arce, dos carrinhos de Dinho e Adilson, da parceria entre Paulo Nunes e Jardel, entre outros destaques da equipe bicampeã da América. Os Campeões de 95 venceram, de virada, por 4 a 3. Os gols foram marcados por Rodrigo Mendes, Rodrigo Fabri e Zé Alcino para os amigos de Danrlei, enquanto Jardel (2), Assis e Jaques fizeram os dos vencedores da Libertadores.

Com cruzamento de Tarciso, Rodrigo Mendes entrou pela esquerda e abriu o placar aos dois minutos de jogos. Os campeões de 95 não se intimidaram e empataram aos sete minutos. Mazaropi não conseguiu agarrar a bola, Paulo Nunes pegou a sobra na esquerda e mandou na medida para Jardel marcar de cabeça.

Os Amigos de Danrlei passaram à frente com gol de Rodrigo Fabri aos 18 minutos, após nova jogada de Tarciso. Zé Alcino fez o terceiro aos 40, com drible em Danrlei. No intervalo, mais festa – Danrlei foi até a torcida Geral e tocou bumbo, para delírio do público nas arquibancadas. Dinho voltou para o vestiário emocionado, destacando o reencontro com o gramado do Olímpico.

Segundo tempo

Aos nove minutos da etapa complementar, o melhor goleiro do Brasil foi surpreendido pelo matador de 95. Após cruzamento de Douglas Costa da esquerda, Victor soltou a bola e Jardel mandou para as redes, fazendo o segundo dos Campeões de 95.

As entradas de Douglas Costa e Souza no time de 95 contribuíram para a velocidade. Aos 16 minutos, Souza cruzou da esquerda para cabeceio certeiro de Assis. A torcida comemorou, mas também se ouviu algumas vaias direcionadas ao irmão de Ronaldinho.

Aos 29 minutos, a partida foi paralisada para a saída de Danrlei. Antes de deixar o gramado, o goleiro foi abraçado pelo amigos e muito saudado pela torcida. Murilo, ex-companheiro de time, assumiu a meta dos Campeões de 95.

– Acabou um ciclo da minha vida. Estar aqui nesse dia, com meus amigos e essa torcida, ninguém sonhava. Obrigado, de coração, a todo torcedor gremista - declarou ao sair de campo.

Quatro minutos mais tarde, os campeões de 95 viraram. Nildo, destaque do título da Copa do Brasil de 94, cruzou pela esquerda e Jaques cabeceou para anotar o quarto gol.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

V Jornadas do GT Mundos do Trabalho RS (17 a 19 de junho de 2009) - Porto Alegre

Em meados deste ano estive na Jornada promovida pelo GT Mundos do Trabalho, que ocorreu em Porto Alegre. O tema foi "Trabalho, justiça e direitos". Estiveram presentes, além de alunos que pesquisam sobre a temática, professores universitários e palestrantes ligados à área do direito. Destaque especial para a professora Silvia Lara, reconhecida historiadora, a qual vi pela primeira vez. Além dela estavam presentes os professores de Porto Alegre, Benito Schmidt e Silvia Petersen; de Pelotas, Beatriz Loner; de Santa Maria, Diorge Alceno Konrad; de São Leopoldo, Paulo Moreira e do Rio de Janeiro, Cláudio Batalha. Lembro também do pesquisador e militante João Batista Marçal, que estava lançando seu livro na ocasião. Abaixo, publico alguns registros feitos por mim nos 3 dias de debates.

Mesa-redonda: "Trabalho, Justiça e direitos: fontes e acervos". Destaque: Profa. Dra. Sílvia Petersen (UFRGS)

Mesa-redonda: "Trabalho, Justiça e direitos: fontes e acervos". Da esquerda p/ direita: Prof. Dr. Paulo Moreira (UNISINOS), Prof. Dr. Henrique Espada Lima Filho (Coordenador Nacional do GT Mundos do Trabalho - UFSC) eProf. Dr. Diorge Konrad (UFSM - Coordenador Regional do GT Mundos do Trabalho)

João Batista Marçal, Marisângela Martins e eu, no lançamento do livro Dicionário Ilustrado da Esquerda Gaúcha - Anarquistas, Comunistas, Socialistas e Trabalhistas

Encerramento da V Jornada do GT Mundos do Trabalho - Conferência com a Profa. Dra. Sílvia Lara (Unicamp)

sábado, 28 de novembro de 2009

Lançamento da 2ª edição do livro Dossiê Ditadura - Mortos e Desaparecidos Políticos no Brasil (1964-1985) em Santa Maria

Na quinta-feira, dia 26 de novembro, os departamentos de História da UFSM e da UFRGS e a Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do RS promoveram o debate/lançamento da 2ª edição do livro Dossiê Ditadura - Mortos e Desaparecidos Políticos no Brasil (1964-1985). O evento ocorreu no auditório da Seção Sindical dos Docentes da UFSM (Sedufsm) e teve a participação de Criméia de Almeida, que esteve na Guerrilha do Araguaia; e Suzana Lisboa, mulher de Luiz Eurico Lisboa, irmão de Nei Lisboa, que militou na clandestinidade, teve passagem por Santa Maria e foi morto em São Paulo. Ambas pertencem ao movimento dos Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos.

O debate e lançamento do livro teve a coordenação do prof. do Departamento de História da UFRGS, Enrique Padrós e do chefe do Departamento de História da UFSM, prof. Diorge Konrad.

O vídeo que publico abaixo está com o aúdio muito baixo devido à falta de microfones no dia de evento. Mesmo assim é possível ouvir boa parte dos relatos.

Suzana Lisboa

Criméia de Almeida

A mesa formada pelo professor Enrique Padrós (UFRGS), Suzana Lisboa, Criméia de Almeida e Diorge Alceno Konrad (UFSM)

Vídeo:

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Princesa, uma personagem popular de Santa Maria

Foto do orkut
Esta estranha cadela já se tornou uma popular personagem de Santa Maria. Moradora do centro da cidade, o animal, que já recebeu vários nomes, perambula no calçadão, praça Saldanha Marinho, Casa do Estudante do centro, etc. Já cheguei a encontrá-la dentro da boate do DCE. Fato muito comum, aliás. É conhecida genericamente como "Princesa", mas também já foi cahamda de "Lady" e "Gisele", de acordo com sua comunidade no orkut que conta com mais de 200 integrantes. Na mesma comunidade chegaram a escrever até mesmo um pequeno diário sobre os lugares que algumas pessoas a encontraram.

Volta e meia, quando passo no calçadão, tenho a impressão de que ela está morta, pois quando dorme sempre fica com a língua pra fora da boca. Tempos atrás, Cláudia contou que viu a cadela sangrando a pata no centro, e que uma pessoa se responsabilizou por levar ela ao veterinário. Pelo visto, ela já está bem, pois ontem a vi caminhando pelo calçadão. Aqui posto um registro deste animal símbolo da cidade de Santa Maria. As duas fotos maiores foram batidas quando Princesa estava deitada no pequeno jardim que existe no calçadão (no dia 30 de abril de 2009).

Crédito das fotos: André Vinicius Mossate Jobim

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Encontro Estadual dos Educadores e Educadoras das Escolas da Reforma Agrária do Rio Grande do Sul (2009)

De 21 a 25 de abril, ocorreu na UFSM o Encontro Estadual dos Educadores das Escolas do Campo. Neste evento, educadores das escolas de acampamentos e assentamentos do Rio Grande do Sul dialogaram com alunos, professores da graduação e pós-graduação das universidades públicas, refletindo sobre os limites e possibilidades das suas práticas pedagógicas, de forma a aproximar as pesquisas.

O evento foi promovido pelo Centro de Educação UFSM, juntamente com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e o Ministério da Educação – Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (MEC/Secad).

Mesa de debates

Mística

Na palestra de abertura, Ivonete Tonin (à esquerda) e João Pedro Stédile debateram educação e reforma agrária.

Crédito das fotos: André Vinicius Mossate Jobim (22/04/2009)

Vídeo: palestra de João Pedro Stédile em Santa Maria

Encontro de Educadores do Campo - 22.04.2009 - Palestra de João Pedro Stédile from viniciusjobim on Vimeo.

Ruy Carlos Ostermann e Duca Leindecker na Feira do Livro de Santa Maria

No dia 30 de abril de 2009 aconteceu a primeira edição do programa de entrevistas Encontros com o Professor itinerante, em Santa Maria. Ruy Carlos Ostermann veio até a Feira do Livro da cidade para conversar com o músico e escritor Duca Leindecker, seu convidado da noite. Após o bate papo, que começou às 19h, Duca Leindecker fez a tradicional canja musical. Em seguida, entrevistado e entrevistador autografaram suas obras. Tudo aconteceu na Praça Saldanha Marinho, na própria Feira do Livro, com entrada gratuita. O Encontros com o Professor ocorre quinzenalmente em Porto Alegre, e tem como objetivo valorizar expoentes da cultura brasileira pela sua trajetória e não por estarem presentes na mídia. A proposta é aproximar o público de temas e pessoas que circulam normalmente em espaços restritos e elitizados, por isso é um evento com entrada franca. Santa Maria já recebeu o Encontros com o Professor em 2008 e, agora, repetiu a dose. Foi a primeira cidade visitada da série especial de Encontros pelo interior do Rio Grande do Sul. Duca Leindecker nasceu em 05 de abril de 1970, em Porto Alegre. Começou a tocar aos 11 anos de idade. Desde então, construiu uma sólida carreira como instrumentista, compositor, produtor, cantor, escritor e, mais recentemente, como compositor de trilhas sonoras e diretor de cinema. No início dos anos 90, chamou atenção de Bob Dylan com o qual, a seu convite, viajou pelo Brasil. Foi escolhido o melhor guitarrista do ano pela crítica especializada por três temporadas consecutivas. Ganhou três troféus Açorianos de música e seu primeiro livro alcançou o terceiro lugar no ranking dos livros mais vendidos da 49ª Feira do Livro de Porto Alegre (ficção). É líder da banda Cidadão Quem. Atualmente dedica-se ao projeto “Pouca Vogal”, ao lado de Humberto Gessinger.


Valderrama, o craque colombiano

Valderrama talvez seja conhecido mais pela sua cabeleira do que propriamente pelo seu futebol. Lembro que a primeira vez que o vi foi durante as transmissões da Copa do Mundo de 1994, ano em que o Brasil sagrou-se tetracampeão. Nesta época eu tinha dez anos e era diretor de uma importante empresa gráfica de Santa Maria, a Editora Poder. Em uma das edições publicadas pela editora sobre a Copa, fiz um desenho antológico de Valderrama para a seção "Flagras" da revista. Em primeira mão, para aqueles que não tiveram acesso às edições em 1994, publico esta grande obra de arte:

A passagem de Silvio Tendler por Santa Maria

Cirilo, Silvio Tendler e eu, no Santa Maria Vídeo e Cinema

O conhecido diretor de cinema Silvio Tendler foi o homenageado nacional deste ano no Santa Maria Vídeo e Cinema. Marcado pelo cinema político, Tendler dirigiu filmes sobre a vida de Jango, JK e Glauber Rocha. Na tarde desta terça-feira tive a oportunidade de comparecer à exibição do seu filme sobre Jango, mas por problemas técnicos o dvd parou de funcionar exatamente na última parte do documentário. Depois da gafe, Tendler ficou à disposição do público, respondendo os questionamentos do exíguo número de pessoas ali presente. Não mais que 25 eu diria.

Tendler palestrando sobre o seu filme "Jango"

O primeiro a questionar foi o vereador João Carlos Maciel. Sua pergunta foi no mínimo desinteligente, pois queria saber de Tendler se ele via reais diferenças entre os projetos políticos de John Kennedy e João Goulart. O diretor respondeu que havia sim e que Kennedy nada mais era do que face bonitinha do capitalismo norte-americano, tal como Obama é hoje.

Aproveitando a chance, perguntei ao diretor se ele, como conhecedor profundo da história da Jango, sabendo que certa literatura caracaterizou o seu governo como "populista", conseguia ver alguma semelhança deste momento histórico anterior com os atuais regimes definidos por alguns como "neopopulistas". Sem pestanejar, Tendler afirmou que, na sua visão, o termo "populista" havia sido criado pela direita brasileira como modo de rotular as ações progressistas do governo Jango. Logo, argumentou que o termo neopopulismo desempenha a mesma função hoje no que diz respeito aos governos de Chavez, Evo, Lugo e Lula. Destacou que qualquer regime que possua a ambição de promover mudanças sociais, sempre sofrerá com a criação de termos pejorativos.

No final, eu o Cirilo ainda conversamos com Tendler sobre os Ciclos de Cinema Histórico, organizados aqui na UFSM e ainda batemos uma foto histórica com ele. Sem dúvida foi uma oportunidade ímpar para todos aqueles que gostam de cinema em Santa Maria.

Trecho da fala de Tendler nesta terça-feira (23.11.2009) no SMVC

Arte Afro: Exposição "Orixás - Roupas de Santo" (MASM)

Algumas obras

Dentro do clima da Semana de Consciência Negra, o Museu de Arte de Santa Maria (Masm) recebeu a exposição Orixás – Roupas de Santo (a partir do dia 20/11/2009). O conceito da mostra é apresentado em linguagem de “roupa arte”, em que a construção das obras se dá a partir da modelagem de uma roupa. A mostra é uma coletiva de 12 artistas que trabalham com arte contemporânea.

Convite

Verso do convite

Foto da exposição

Ei-los em pé
Jean-Paul Sartre

O que vocês esperavam que acontecesse
quando tiraram a mordaça
que tapava essas bocas negras?
Esperavam que elas lhes lançassem louvores?
E essas cabeças que seus avós e
seus pais haviam dobrado à força até o chão?
O que esperavam?
Que se reerguessem com adoração nos olhos?
Ei-los em pé. Homens que nos olham.
Ei-los em pé.
Faço votos para que vocês sintam
como eu a comoção de ser visto.
Hoje, esses homens pretos nos miram
e nosso olhar re-entra em nossos olhos.
Tochas negras iluminam o mundo e
nossas cabeças brancas não passam
de pequenas luminárias
balançadas pelo vento.

sábado, 21 de novembro de 2009

A passagem de Plínio de Arruda Sampaio por Santa Maria

No dia 21 de outubro (quarta-feira), cerca de 120 pessoas foram à Câmara de Vereadores de Santa Maria para ouvir Plínio de Arruda Sampaio discutir um projeto socialista para o Brasil. O debate foi mediado pela advogada do MST e integrante do diretório nacional do PSOL, Sandra Feltrin, e contou com a participação do professor da UFSM e militante do PCB Sérgio Prieb.

Em sua intervenção Sérgio fez um resgate histórico das polêmicas envolvendo a esquerda na elaboração de um programa socialista para o Brasil e saudou a iniciativa de fazer essa discussão. “Em 2006 a Frente de Esquerda centrou fogo na questão da ética, do problema da corrupção. É fundamental discutirmos de fato as necessidades da classe trabalhadora e, consequentemente, a formulação de um programa socialista”, concluiu.

Plínio disse que assinava embaixo as palavras de Prieb e contou diversas histórias de sua longa tragetória militante, defensor histórico da reforma agrária. Entre uma e outra, ao afirmar que o importante era não desistir, chorou. “Quem nos reivindica como seres humanos é a história. Se os netos dos jovens aqui presentes fizerem a revolução é porque fizemos nosso papel. Não podemos é perder a proa”, complementou. Ao final, falou que as respostas aos problemas existentes na sociedade são questões políticas e não técnicas.

Panfleto distribuído antes da palestra ( frente e verso)

Crédito das fotos: André Vinicius Mossate Jobim e Cláudia Rodrigues Machado

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Foto histórica da fundação do Partido dos Trabalhadores

Colégio Sion. 10 de fevereiro de 1980. Fundação do PT. A Lélia Abramo (à esq.). O historiador Sérgio Buarque de Holanda, Olívio Dutra, Lula e Jaço Bittar. Foto doArquivo Central da Unicamp.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Peter Madcat e Big Joe Manfra no 6º Cesma In Blues em Santa Maria (2007)

Big Joe Manfra e Peter Madcat em Santa Maria (novembro de 2007)

Em 2007 estive na 6ª edição do Cesma in Blues, festival realizado pela Cooperativa dos Estudantes de Santa Maria (RS). O festival é considerado um um dos maiores eventos de Blues do Rio Grande do Sul.

Na edição daquele ano, realizada no dia 10/11/07, o Cesma in Blues teve a participação de grandes bluseiros da cena nacional e internacional, como Blues Power Trio, Big Joe Manfra Blues Band e Jefferson Gonçalves. A atração internacional da noite foi o americano de Chicago, Peter Madcat. Mas o festival também não deixou a cena local de lado: participaram a banda Santa Maria, Blues Society e Storm Blues Band, de Porto Alegre.

O show de encerramento foi feito pela maior atração da noite: Peter Madcat com Big Joe Manfra Blues Band. Madcat, mestre das harmônicas, mostrou toda sua grande qualidade e irreverência. Na guitarra, Big Joe Manfra não deixou por menos e mostrou porque é considerado um dos melhores guitarristas de blues do Brasil.

Abaixo disponibilizo um link para download do cd "Live In Rio", de Peter Madcat, com participação de Joe Manfra, que encontrei na internet. Um trabalho que vale a pena ouvir.

Clique aqui para fazer o download


Live in Rio (Peter Madcat & Big Joe Manfra)
Gravadora: Tratore
Ano de lançamento: 2005

Músicas
1. Off the Wall
2. Baby Changed the Lock
3. Key to the Highway
4. Help Me
5. Fishing Blues
6. Hoodoo Man Blues
7. Georgie Buck
8. Polly Wolly Doodle
9. Highway 61
10. Take Five
11. Swinging in Mind
12. Mellow Down Easy
13. Hit the Road Jack
14. Checkin´ Up on My Baby
15. Sweet Home Chicago

Com informações do blog Blues Masters

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley

Gostei muito do livro "Admirável Mundo Novo", de Aldous Huxley. Mas antes de começar a sua leitura, não acreditei que poderia afirmar isso. Em primeiro lugar porque nunca fui um grande apreciador de obras de ficção. Resolvi experimentar depois de ler uma resenha no especial da Bravo sobre literatura estrangeira.

As primeiras páginas foram bem cansativas devido ao grande número de termos médicos que o autor utilizou. Ali pela página 50, a coisa fluiu. O enredo da história centra-se no conflito entre um mundo organizado em bases tecnológicas e o mundo dito selvagem. No primeiro, as pessoas não nascem da barriga de suas mães, mas sim em laboratórios. Desde que vêm ao mundo, as crianças sofrem uma espécie de lavagem cerebral que as faz crer que pertencem a uma determinada casta, que desempenha um papel na sociedade. Essencialmente, existe a divisão entre os indivíduos superiores (alfa-mais e alfa-menos) e os inferiores (os gamas e os ypsilons). Não por acaso, as atividades penosas são desenvlvidas pela casta inferior, também conhecida como classe trabalhadora. Já as profissões de comando são ocupadas pela casta dos "alfa". Como se pode perceber, as diferenças com o mundo de hoje não são tão grandes. O interessante é que nesta sociedade, nenhum pessoa questiona a sua posição social, já que desde a infância ela é induzida a gostar daquilo que faz. Apenas alguns homens que sofrerm problemas em sua criação nos laboratórios é que são capazes de pôr em dúvida essa estrutura. Esse é o caso de Bernard Marx. Não sei se o sobrenome do personagem faz alusão ao pensador e filósofo comunista Karl Marx, mas acredito que sim, porque na história vários outros personagens importantes foram citados como, por exemplo, o estudioso da psicologia comportamental Ivan Petrovich Pavlov, que dá nome às salas de condicionamento infantis, entre outros.

Na obra, Bernard Marx é exatamente aquele que se sente insatifeito com o mundo onde vive. E como se sabe, o pensador Karl Marx organizou todo o seu arcabouço teórico visando a construção de uma outra sociedade diferente da qual ele viveu. Disso depreende-se que tais referências não são casuais, mas estão todas fundamentadas historicamente.

Um aspecto que gostaria de destacar é o fato de Huxley substituir a tradicional imagem de Deus existente na nossa sociedade, pela figura de Henry Ford, fundador da Ford Motor Company e o primeiro empresário a aplicar a montagem em série de forma a produzir em massa automóveis em menos tempo e a um menor custo. A troca me pareceu perfeita, pois o fordismo, como técnica de produção em série, serviu perfeitmente para aludir a produção de seres humanos em laboratório mostradas em Admirável Mundo Novo. Com a troca de Deus por Ford, os anos passam a ser contados a partir da data de nascimento do segundo, em 1894, e funda-se, então, uma religião oficial onde todos o adoram através de rituais nos quais o sinal da cruz é um T (nome do primeiro automóvel produzido em série). Realmente, uma montagem irretocável de Huxley.

Excetuando-se esses aspectos, o conflito fundamental se dá entre os dois mundos: o selvagem e o tecnológico. Bernard Marx, ao sentir-se deslocado no mundo cientificizado, especialmente pela sua aparência física diferente dos integrantes da sua casta, resolve adentrar ao reduto dos selvagens com o objetivo de conhecer uma realidade diferente e acaba encontrando uma mulher oriunda da sua civilização, chamada Linda, e o seu filho, nascido entre os selvagens, John. Ao conhecê-los Bernard vê uma possibilidade de conquistar o respeito social pela apresentação de John como um exemplar dos selvagens à sociedade civilizada. Com a ida de John ao mundo civilizado surgem os diálogos e o exercício de comparação propostos pelo autor entre o mundo tecnológico e a realidade selvagem. No primeiro prevalece a poligamia e a alienação, já que a qualquer sinal de tristeza, basta tomar uma pílula de "soma" - droga distribuída pelo governo à população - para que tudo se resolva rapidamente. No universo selvagem ainda predomina a monogamia e a crença um tanto quanto "instintiva" em Deus, em um mundo rodeado pelas ameaças comuns da vida cotidiana como doenças e mortes, tal como nós estamos acostumados.

O diálogo final do livro entre o selvagem John e os representantes da "civilização" Bernard Marx e Helmholtz Watson é altamente filosófico. Em determinada altura John revela uma necessidade praticamente inexistente no "Mundo Novo": a de ficar sozinho. Todo o tempo que passa entre eles, John está sendo observado, e não aguentando a situação resolve tomar uma atitude que para muitos poderia parecer inaceitável, mas que para o selvagem lhe pareceu a saída mais inteligente: a própria morte. O mundo absurdo ao qual o "selvagem" foi levado a fazer parte determinou seu suicídio. Seria esse mais uma profecia de Aldous Huxley? Afinal, o modelo da civilização por ele descrito se assemelhou muito às idéias totalitárias que surgiram na primeira metade do século XX. O livro foi escrito em 1932, um ano antes de Hitler tornar-se chanceler da Alemanha.

Terminada a minha leitura, fiquei com a pesada sensação de ser aquele mesmo selvagem, só que agora em uma versão atualizada, vivendo em meio a uma sociedade cada vez mais distante da sua origem. Admirável Mundo Novo nos mostra a ciência como uma espécie de grandeza religiosa, que promete a salvação eterna através da saúde perfeita. Depois de ler que atualmente existe a possibilidade de escolhermos o sexo de nossos filhos por meio de seleção genética, e que em breve poderemos definir cor dos olhos, e feições do rosto da criança, vejo que a utopia da ciência-deus está mais próxima do que conseguimos supor.

Aldous Leonard Huxley nasceu em 26 de Julho de 1894 na cidade inglesa de Godalming, e faleceu em Los Angeles, no dia 22 de Novembro de 1963.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Técnicos, os deuses do mundo contemporâneo


Quem nunca teve que esperar o técnico chegar para dar um jeito em um determinado problema? Creio que poucas pessoas. Pois bem, há duas semanas venho acompanhando a dificuldade que é conhecer (de forma concreta, no plano do mundo real) um desses técnicos. Ao ligarmos para a operadora responsável pela linha telefônica, esta nos informou que a transferência de número só poderia ser feita mediante a presença de um técnico. Por acaso, essa empresa era a "Oi", que comprou a Brasil Telecom meses atrás. A pessoa do call center informou que em três dias o técnico iria aparecer e tudo se resolveria. Passaram-se três dias, depois mais três, e assim os dias passaram, e seguiram passando. E o técnico? Até então, um absoluto fantasma. Ligamos para saber onde ele andava. Nos disseram que ele havia estado no local diversas vezes, mas que nunca tinha encontrado ninguém. O detalhe é que todos os horários em que alguém estaria em casa foram repassados para a empresa, e, nesses horários, o técnico não apareceu. O fato é que correram duas semanas e nada do rapaz. No fim, a linha foi cancelada. E depois que a linha foi cancelada, quem apareceu? Tcharam! O técnico! Tocou no interfone dando mostras que ele existia. Eu ainda permaneci com minhas dúvidas, pois quem o atendeu foi a Cláudia. Fiquei com receio de conhecê-lo. Como ele seria? Jamais saberei.

Ao cancelar a linha, Cláudia optou pela Net, e, mais uma vez, a linha só estaria à sua disposição a partir da visita do técnico. Os horários foram agendados. Esperamos pelo técnico, e nada. Ligamos para saber o que havia acontecido. Pois agora o problema era no "sistema". A atendente nos informou que a visita seria numa quarta-feira. Mas marcou nos seus papéis dia 25. Portanto, o registro no sistema ficou para a quinta, e não para a quarta, como estava combinado. Retomamos o contato e nos avisaram, finalmente, que a chegada do técnico estava marcada no "sistema" para a tarde do dia 25. Ele chegaria à tarde, sem falta. Eu continuo a duvidar e ainda me pergunto: será o técnico alguma espécie de deus do mundo contemporâneo? Pois assim como deus, muitas pessoas necessitam dele, mas geralmente não conseguem enxergá-lo.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Músicas que balançaram a infância (III): What is Life

Este era um single do George Harrison que ganhamos de uma mulher que iria se desfazer de sua coleção completa de discos. No ouro lado estava My Sweet Lord. A canção faz parte do álbum All Things Must Pass, de 1970.



What is Life

Composição: George Harrison

What I feel, I can't say
But my love is there for you anytime of day
But if it's not love that you need
Then I'll try my best to make everything succeed

Tell me, what is my life without your love
Tell me, who am I without you, by my side

What I know, I can do
If I give my love now to everyone like you
But if it's not love that you need
Then I'll try my best to make ev'rything succeed

Tell me, what is my life without your love
Tell me, who am I without you, by my side
Tell me, what is my life without your love
Tell me, who am I without you, by my side

What I feel, I can't say
But my love is there for you any time of day
But if it's not love that you need
Then I'll try my best to make everything succeed

Tell me, what is my life without your love
Tell me, who am I without you, by my side
Oh tell me, what is my life without your love
Tell me, who am I without you, by my side

What is my life without your love
Tell me, who am I without you, by my side

Oh tell me, what is my life without your love
Tell me who am I without you by my side

sábado, 6 de junho de 2009

Músicas que balançaram a infância (II): Irresistiblement

Ouvia essa música na virada de sexta para sábado ou de sábado para domingo. Até hoje o vinilzinho existe. Sylvie, inclusive, é o nome de uma das minhas irmãs (que, por questões legais, ficou Silvie). A apresentação é de 1968, na França.



Irresistiblement

Composição: Renard, J./Aber, G.

Tout m´entraine,irresistiblement vers toi comme avant
Tout m´enchaine irresistiblement a toi je le sens.
Comme le jour revient après la nuit
Et le soleil toujours après la pluie
Comme un oiseau qui revient vers son nid
Vers mon amour je vais aussi
Tout m´entraine, irresistiblement vers toi a chaque instant
Tout m´enchaine, irresistiblement a toi je le sens
Comme la mer qui frappe le rocher
Obstinement sans jamais desarmer
Par le malheur on est souvent frappe
Mais l´amour seul peut nous sauver
Tout m´entraine, irresistiblement vers toi a chaque instant
Tout m´enchaine, irresistiblement a toi je le sens
Comme la joie revient après les peurs
Après l´hiver revient le temps des fleurs
Au moment ou l´on croit que tout se meurt
L´amour revient en grand vainquer
Tout m´entraine, irresistiblement vers toi comme avant
Tout m´enchaine, irresistiblement a toi je le sens

Minha afinidade com os ácaros...

são os livros.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Músicas que balançaram a infância (I): Mercedita

Essa eu ouvia nos ensaios ou nas apresentações que o pai fazia quando era músico. Um clássico interpretado por Los Chalchaleros (conjunto argentino dos anos 40).



Mercedita
Composição: Ramón Xisto Rios

Que dulce encanto tienen
Tus recuerdos mercedita
Aromada, florecida
Amor mio de una vez

La conoci en el campo
Alla muy llejos una tarde
Donde crecen los trigales
Provincia de santa fé

Y asi nació nuestro querer
Con ilusion, con mucha fé
Pero no se porque la flor
Se marchitó y moriendo fué

Y amandola con loco amor
Asi llegue a comprender
Lo que es querer, lo que es sufrir
Porque le di mi corazon

Como una queja errante
En la campina va flotando
El eco vago de mi canto
Recordando aquel adios

Pero apesar del tiempo
Transcurrido es mercedita
La leyenda que hoy palpita
En mi nostalgica cancion

Y asi nació nuestro querer
Con ilusion, con mucha fé
Pero no se porque la flor
Se marchitó y moriendo fué

Y amandola con loco amor
Asi llegue a comprender
Lo que es querer, lo que es sufrir
Porque le di mi corazon

quinta-feira, 4 de junho de 2009

O cúmulo da contradição

Quando eu era criança, havia uma frase que me deixava perplexo: "Garagem. Não estacione". Como pode existir uma garagem na qual não se pode estacionar?

sábado, 23 de maio de 2009

Santa Maria: Caixa Econômica Federa (Antigo Banco do Commercio)



Foto do dia 23/05/2009

Santa Maria: Bar do Garça



Foto: 23/05/2009

Primeira fachada do antigo Cine Independência (restaurada)


Futuro shopping popular de Santa Maria.
Foto batida em 23/05/2009

Santa Maria: Edifício João Fontoura Borges – Prédio da Sociedade União dos Caixeiros-Viajantes (SUCV)



Foto tirada no dia 23/05/2009

Festival Internacional de Balonismo em Santa Maria



Fotos do dia 23/05/2009.

Theatro 13 de Maio - Santa Maria



Foto tirada em 23/05/2009.

Praça Saldanha Marinho



Fotos batidas no dia 23 de maio de 2009.

domingo, 3 de maio de 2009

Clube 13 de Maio

Frequentado pela elite negra ferroviária de Santa Maria. Localizado na Silva Jardim, quase esquina com a Serafim Valandro.


Foto tirada no dia 2 de maio de 2009.

Hotel Glória

Antigo hotel Glória, na esquina da Silva Jardim com a Rio Branco. Ouvi que o terreno foi comprado pela Unifra, e como se pode observar, até o momento a fachada do hotel está sendo preservada, mas na parte interna há uma obra em andamento. Será que o nosso histórico hotel vai por água abaixo definitivamente?


Foto tirada em maio de 2009 por André Jobim

Cena rara

O pró-reitor de graduação da UFSM, professor Jorge Luiz da Cunha, com a bandeira do MST ao fundo, na abertura do Encontro de Educadores do Campo, dia 22 de abril de 2009. Essa é rara!

terça-feira, 28 de abril de 2009

Delírios mentais em tons de laranja

Remexendo há dias atrás no livro O Mundo de Sofia, de Jostein Gaarder (São Paulo, Cia das Letras, 1995) em busca de informações a respeito da filosofia de Kierkegaard, lembrei de algo que até hoje me parece um tanto estranho: comentei com a Cláudia que sempre que pensava nas imagens de Kierkegaard e Spinoza, ambas sempre surgiam em minha mente em tons de laranja.

Spinoza (19632-1677) e Kierkegaard (1813-1855)

Buscando compreender esse fato, comecei a lembrar de algumas circunstâncias que de alguma forma podem explicar melhor o caso.

Creio que tudo teve início quando li esse mesmo livro, O Mundo de Sofia, e descobri que Spinoza tinha nascido na Holanda, um país nórdico. Como sabemos, a Dinamarca, país onde nasceu Kierkegaard, também está localizada na região norte da Europa. E a confusão deve ter começado aí. Com meus 15 anos acreditava que ambos eram holandeses.

Mas onde entra o laranja na história?

O uniforme de 1994

Pois bem, para mim desde os 10 anos a Holanda esteve associada à cor laranja em função do uniforme utilizado pelo país em sua participação na Copa de 1994, a qual acompanhei de perto. Daí advinha então a minha visão alaranjada de Spinoza e Kierkegaard. Porém, tenho que fazer um acréscimo. Até hoje não conhecia a fisionomia do filósofo dinamarquês. Sempre quando pensava no seu rosto, o que me vinha à cabeça era a figura desenhada no famoso quadro O grito (de Edvard Munch, 1893), mas, assim como Spinoza, sempre em tons de laranja.

Nesse momento, esse fenômeno eu não saberia explicar corretamente, mas investingando as minhas próprias sensações, lembro que no instante da leitura sobre Kierkegaard no Mundo de Sofia, a impressão que me ficou dele sempre foi a de um terrível sentimento de alguém profundamente mergulhado no cristianismo, mas que tinha suas dúvidas em relação à fé, portanto, uma pessoa em desespero. E desespero e horror é exatamente o que vejo no rosto da pintura, que, no meu caso, aparece através de uma lente laranja.

O grito, de Edvard Münch (1893), ou, para mim, um Kierkegaard estilizado...

É interessante observar que não apenas a cor laranja atravessa minha vivência, mas a fruta também. Em uma aula de 2004, apresentando um trabalho sobre o princípio da era moderna, descobri que a laranja era um importante símbolo de riqueza no universo da burguesia flamenga (holandesa) ainda no século XV. Devido a este fato, um grande comcerciante chamado Giovanni Arnolfini, com o intuito de exibir e afirmar a todos o seu grande poder econômico pediu que o famoso pintor holandês Jan van Eyck pintasse ele e sua mulher em um quadro magnífico que ficou conhecido como O Casal Arnolfini, de 1434. Tente perceber na imagem que ao lado esquerdo do quadro, próximo à janela, aparecem algumas laranjas. No século XV, as laranjas eram raríssimas no norte da Europa e somente as famílias abastadas podiam adquirí-las para consumo. Decorre daí a impotância da laranja como representação da riqueza e do luxo entre a burguesia holandesa da era moderna.

O casal Arnolfini, de Jan van Eyck (1434)

Bom, acho que chega. A doideira foi grande, então ficamos por aqui.

Viva o laranja!

P.S. Clique nas imagens para ampliá-las